sábado, 8 de setembro de 2007

Descobrindo a Feira de San Telmo em Buenos Aires

Ponto final dos famigerados "city tours" que todos pacotes turísticos incluem, a feira de San Telmo agrada aos iniciantes em Buenos Aires e pode ser ponto de partida para uma inesquecível caminhada pela capital argentina.

San Telmo não é o lugar mais econômico para se fazer compras, mas sair de lá sem comprar uma lembrança é praticamente impossível. Os brasileiros adoram caminhar por entre as barracas e descobrir que tudo, ou quase, pode estar à venda.

Desde antigos discos de vinil até patuscos gramofones dos anos 1930, passando pelas recém-fabricadas "antiguidades" que farão sucesso na estante da sala. Imãs de geladeira com o rosto de Gardel e pulseiras feitas com talheres tortos são outros artigos bizzaros que a garimpagem pode encontrar.

Muitos músicos de rua disputam a atenção e as moedas dos fãs ávidos por escutar o legítimo tango portenho. Permitir-se passar alguns minutos ouvindo o bandoneón pode arrancar lágrimas dos mais emotivos, afinal, o som do instrumento traduz a dramaticidade de espírito do argentino. E já que estamos em Buenos Aires, por que não sentar em uma mesa de calçada e tomar um café? Não esquecendo, é claro, da torrada com doce-de-leite.

Caminhando para fora da muvuca da feira os preços vão diminuindo e um ambiente decadente vai surgindo. O centro antigo de Buenos Aires está muito mal-tratado mas, como meu gosto é meio duvidoso, até os prédios em ruínas ajudam a compor um cenário de "decadence avec élégance". Já longe da feira, na solidão do domingo, encontrei um sebo aberto e a tentação de entrar foi irresistível.

As livrarias portenhas são uma atração à parte, uma interessantíssima viagem no tempo em que se mergulha na cultura daquela que foi, durante décadas, a capital cultural da América do Sul. Este em que entrei tinha uma atração em particular: horripilantes bustos espalhados por entre os livros. Saí de lá com uma edição do semanário "El Gráfico" de 1954.

Finalmente estava chegando perto do hotel, mas ainda faltava comprar um presente encomendado por um amigo. Na rua Peru passei por uma das poucas portas de comércio abertas e era, nada mais nada menos, que uma mercearia. Dessas em que somente o morador nativo faz suas compras e que não pertencem a nenhum roteiro turístico. Lá sim encontrei preços baixos. As típicas geléias e doces, as frutas locais e, para meu deleite, uma prateleira lotada de vinhos. Comprei a encomenda: uma garrafa de Malbec Trapiche por 7 pesos, algo como 5 reais.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei o post. contineu assim